Trump diz que China entrou em contato 'várias vezes' para falar sobre tarifas
17/04/2025
(Foto: Reprodução) O presidente dos Estados Unidos também afirmou que o acordo de venda do TikTok deve esperar um acordo com o gigante asiático sobre a disputa tarifária. O presidente dos EUA, Donald Trump, participa de uma reunião de gabinete na Casa Branca
REUTERS/Nathan Howard
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira (17) que a China já entrou em contato "várias vezes" com o governo norte-americano para tratar sobre as tarifas de importação impostas ao país pelo republicano.
"Acredito que vamos fazer um acordo com a China", afirmou Trump em entrevista a jornalistas no Salão Oval nesta quinta-feira, reiterando que as tarifas norte-americanas sobre produtos chineses podem "não aumentar e podem até mesmo diminuir".
O republicano também afirmou que o acordo de venda do TikTok deve esperar até que a questão comercial com a China seja resolvida. (entenda mais abaixo)
Trump eleva para 125% tarifas contra China
Guerra tarifária
As falas de Trump vão na contramão do que se tem observado recentemente da relação dos dois países, com a imposição de tarifas de importação tendo intensificado a guerra comercial entre os EUA e a China nas últimas semanas.
Na terça-feira (15), por exemplo, a Casa Branca publicou um documento em que informava que a China encararia tarifas de até 245% como resultado das "ações retaliatórias" do país asiático.
O documento não explicava como os EUA chegaram ao cálculo, mas foi atualizado para esclarecer que a taxa será aplicada em produtos específicos.
"A China enfrenta uma tarifa de até 245% sobre importações para os Estados Unidos como resultado de suas ações retaliatórias. Isso inclui uma tarifa recíproca de 125%, uma tarifa de 20% para abordar a crise do fentanil e tarifas da Seção 301 sobre bens específicos, entre 7,5% e 100%", diz o documento.
🔎 A Seção 301, da Lei de Comércio, foi projetada para abordar práticas estrangeiras injustas que afetam o comércio dos EUA e pode ser usada para responder a atos, políticas e práticas de governos estrangeiros que sejam "irracionais ou discriminatórios e que onerem ou restrinjam o comércio dos EUA", segundo o Departamento de Comércio dos EUA.
Na investigação da Seção 301, os EUA apuraram "práticas desleais" da China relacionadas à transferência de tecnologia, propriedade intelectual e inovação.
A atenção está em setores estratégicos para os asiáticos, como tecnologia da informação, fabricação de máquinas automatizadas e robótica, veículos de nova energia (NEVs), equipamento de aviação e voo espacial, entre outros.
No mesmo dia, a porta-voz da Casa Branca, Katherine Leavitt afirmou que Trump considera que os norte-americanos não precisam firmar um acordo comercial com a China sobre tarifas. Segundo ela, a responsabilidade pelas negociações sobre tarifas recíprocas agora está com o governo chinês.
"A bola está com a China. A China que precisa fazer um acordo conosco. Nós não precisamos fazer um acordo com eles", afirmou a porta-voz.
Já na quarta-feira (16), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Li Jian, afirmou que os Estados Unidos deveriam interromper sua prática de "pressão máxima" e desistir de ameaças e chantagens se realmente quiserem dialogar e negociar com o país asiático para evitar a crescente guerra tarifária.
Acordo de venda do TikTok
O presidente norte-americano também afirmou nesta quinta-feira (17) que o acordo para venda do TikTok deve esperar até que a questão comercial dos EUA com a China seja resolvida.
O acordo de venda do TikTok já havia sido suspenso no início desse mês, após a China sinalizar que não aprovaria a operação. Segundo a Reuters, a afirmação do país asiático seria uma retaliação ao tarifaço de Trump.