Governo Trump aumenta controle sobre 'cercadinho' da Casa Branca e abre espaço para mídia trumpista, aponta jornal

  • 16/04/2025
(Foto: Reprodução)
Reportagem do 'The New York Times' mostra a atenção do governo do republicano com a cobertura jornalística e como busca trazer apoiadores para dentro das coletivas de imprensa. Reportagem do 'New York Times': 'Dentro das mmudanças dsala de imprensa de Trump' Reprodução O governo Trump aumentou o controle sobre o "cercadinho" da Casa Branca e busca controlar a maneira como a gestão é coberta na mídia, excluindo veículos independentes e abrindo espaço para a mídia trumpista, segundo o jornal americano "The New York Times". ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Com a presença de mais Youtubers e dando a palavra para mais membros de mídias alternativas — e muitas vezes afeitas a Trump —, a gestão do republicano tem feito mudanças na tradicional disposição de quem cobre as frequentes coletivas de imprensa realizadas na sede do governo americano, geralmente concedidas pela porta-voz Karoline Leavitt, segundo a reportagem. De acordo com o jornal, a gestão Trump mudou a tática de comunicação para seu segundo mandato. Se no primeiro o método era de raras coletivas, desta vez a ideia é buscar uma inserção da narrativa do governo no trabalho diário dos veículos que cobrem a Casa Branca. E para isso resultar em uma maior dispersão da mensagem desejada pelo governo, a Casa Branca passou a escolher quem está nas coletivas, segundo a reportagem. Eliminou um dos assentos destinados a veículos independentes, passou a responder uma quantidade maior de perguntas de quem pertence a veículos alinhados e começou a dar a primeira pergunta a um convidado, sentado no lugar chamado "nova mídia". Porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, concede coletiva para repórteres em sala de imprensa da Casa Branca em 15 de abril de 2025. AP/Alex Brandon A gestão Trump também deu acesso de imprensa às coletivas para representantes de perfis da rede social X, cuja visão geralmente coincide com a trumpista. A decisão contrasta com a decisão de barrar a Associated Press (AP) de coberturas no Salão Oval após a agência de notícias se recusar a chamar o Golfo do México de "Golfo da América", conforme ordem executiva assinada por Trump. O resultado disso é uma erosão da independência nas coletivas de imprensa, segundo repórteres veteranos ouvidos pelo "New York Times". Um exemplo disso são perguntas de membros da mídia partidária, que não fazem perguntas críticas à gestão Trump. A justificativa dada pela Casa Branca ao "Times" é a de que ela está ajustando a composição da imprensa que realiza a cobertura do governo para refletir melhor os meios de comunicação nos quais as pessoas consomem notícias e informações atualmente. Sala de imprensa A sala de imprensa da Casa Branca, explica a reportagem, possui 49 assentos reservados. O controle sobre quem ocupa essas cadeiras é da Associação de Correspondentes da Casa Branca, uma espécie de consórcio fundado em 1914 que organiza a cobertura da Presidência entre grandes veículos de mídia. Outros jornalistas e veículos interessados em acompanhar as falas de Karoline Leavitt e fazer perguntas à porta-voz se reúnem no perímetro ao redor das cadeiras reservadas, e geralmente precisam guardar seus lugares horas antes do início dos "briefings". Ultimamente, os jornalistas escolhidos para acompanhar de pé os pronunciamentos têm vindo cada vez mais de veículos pró-Trump, e tendem a fazer perguntas menos desafiadoras para a porta-voz. "Figuras notáveis ​​ao longo do perímetro são Monica Paige Luisi, que trabalha para o 'Turning Point USA' de Charlie Kirk; Brian Glenn, do canal de notícias de direita 'Real America's Voice', que está namorando a deputada Marjorie Taylor Greene, republicana da Geórgia; e Cara Castronuova, que trabalha para a 'LindellTV', um meio de comunicação fundado por Mike Lindell, um apoiador de Trump e proprietário do MyPillow", diz o "Times". Além disso, em janeiro, no início do mandato, a adminitração Trump estabeleceu uma nova cadeira na sala, de ocupação rotativa, reservada ao que ela chama de "nova mídia", termo que engloba desde novos veículos de comunicação independentes até sites, podcasts e canais do YouTube de extrema direita ou alinhados ao republicano. O convidado da "nova mídia", escolhido pela Casa Branca, tem sempre o direito de fazer a primeira pergunta do evento a Leavitt. O assento da nova mídia já foi ocupado por representantes de veículos de extrema direita, como "Breitbart" e "Daily Wire", e até por um representante da rede social X, de propriedade de Elon Musk, bilionário que é assessor próximo de Trump. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt REUTERS Interferência Nas últimas semanas, a gestão Trump tem sinalizado a intenção de interferir no trabalho da Associação de Correspondentes da Casa Branca, escolhendo os veículos que ocupam os assentos da sala de imprensa e que acompanham o presidente nos "pools" — eventos oficiais no Salão Oval e deslocamentos no avião presidencial, e que podem fazer perguntas nestes momentos, inclusive em encontros com autoridades estrangeiras. Esta seria a primeira vez em décadas, segundo o "Times", em que o governo desafiaria a Associação e barraria os jornalistas escolhidos de forma independente. VEJA TAMBÉM Harvard se nega a cumprir exigências de Trump, e mais de US$ 2 bi em recursos congelados

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/04/16/governo-trump-aumenta-controle-sobre-cercadinho-da-casa-branca-e-abre-espaco-para-midia-trumpista-aponta-jornal.ghtml


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