Em resposta a Zelensky, China diz que nunca forneceu armas letais à Rússia
18/04/2025
(Foto: Reprodução) Presidente ucraniano disse ter 'informações' de ajuda chinesa no conflito, mas não apresentou provas. No início do mês, soldados chineses foram capturados na Ucrânia. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, durante visita à Noruega, em 20 de março de 2025
NTB/Ole Berg-Rusten/via REUTERS
A China rejeitou nesta sexta-feira (18) acusações feitas pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e afirmou que nunca forneceu armas letais à Rússia na guerra contra a Ucrânia.
"A China nunca forneceu armas letais a nenhuma das partes em conflito e controla estritamente os produtos de uso duplo", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, em referência aos objetos que podem ser destinados tanto a usos civis quanto militares.
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
Zelensky afirmou na quinta-feira ter "informações" de que a China fornece armas à Rússia, elevando o tom de suas críticas a Pequim, embora não tenha apresentado detalhes sobre suas acusações.
Na semana passada, o presidente ucraniano declarou que seu governo identificou 155 cidadãos chineses mobilizados na frente de batalha com as tropas russas, depois de anunciar que o Exército ucraniano capturou dois soldados chineses na região leste de Donetsk. A China também negou essa acusação. (Leia mais abaixo)
Pequim afirmou que sua "posição sobre a questão ucraniana é consistente e clara". "Sempre nos esforçamos ativamente pelo cessar das hostilidades e negociações de paz", declarou Lin.
A China tem mantido posição neutra desde a invasão russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022, mas é um aliado da Rússia nos âmbitos estratégico e econômico.
China negou acusação anterior
Há uma semana, Zelensky já havia atacado Pequim e dito que as forças ucranianas haviam capturado dois homens de nacionalidade chinesa lutando ao lado da Rússia no leste da Ucrânia.
Disse também ter informações de que 155 chineses tinham sido enviados pelo presidente do país asiático, Xi Jinping, para integrar as forças russas.
A China negou que tenha enviado soldados para lutar ao lado das tropas da Rússia na Ucrânia, e disse não ter informações sobre cidadãos de seu país que tenham sido recrutado por Exército de Vladimir Putin.
Questionado sobre a declaração de Zelensky, o Ministério das Relações Exteriores da China pediu às "partes relevantes" que "parem de fazer comentários irresponsáveis".
"Alertamos às partes relevantes que reconheçam o papel da China de maneira correta e clara", disse o porta-voz diplomático Lin Jian em uma entrevista coletiva, sem citar a Ucrânia ou Zelensky diretamente.
A China se apresenta como um ator neutro na guerra de três anos, apesar das críticas ocidentais de que sua proximidade com Moscou proporcionou apoio econômico e diplomático à Rússia.